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Vale transfere funcionários do Pará com Covid-19 para tratamento em BH

  • gabinetedecrisecom
  • 26 de mai. de 2020
  • 2 min de leitura

Sistema de saúde no estado já colapsou e ao menos dois funcionários da mineradora morreram em função do coronavírus no Norte do país; prefeito Alexandre Kalil disse que Minas é o ‘cemitério preferido” da Vale

Município de Parauapebas abriga funcionários da Vale no Pará. Imagem: Prefeitura de Parauapebas

A escalada nos casos do novo coronavírus sobrecarregou o sistema de saúde do Pará e fez com que a Vale transferisse funcionários contaminados para tratamento em Belo Horizonte. A mineradora mantém o maior projeto de extração de minério de ferro do mundo, no Pará. O Complexo de Carajás, onde a Vale explora ferro e manganês, fica próximo à cidade de Parauapebas, de onde vêm os funcionários enfermos.


A informação foi amplamente divulgada após coletiva de imprensa do prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD), no dia 11 deste mês.


Em uma semana, um avião da mineradora fez o trajeto entre o Aeroporto de Carajás, localizado na cidade de Parauapebas, e Belo Horizonte pelo menos quatro vezes. Com um sistema de saúde em colapso, o município paraense. Até ontem (25), a cidade de 208,2 mil habitantes já registou O município tem 1.443 casos confirmados e 60 óbitos pela Covid-19.


Alexandre Kalil criticou a mineradora afirmando que Minas Gerais é o “cemitério preferido” da Vale, em referência aos rompimentos de barragens em Mariana e Brumadinho que mataram quase 300 pessoas.


“É muito importante que a imprensa saiba que Belo Horizonte está virando um grande importador de doentes”, disse. Segundo o prefeito, a capital mineira já recebeu cinco pacientes do Pará, dois de São Paulo e um do Rio de Janeiro e um do Espírito Santo.


Todos os funcionários estão internados na rede privada de saúde da capital mineira. Kalil reforça que pretende frear a vinda destes pacientes. “A Secretaria de Saúde está entrando em contato com a Anvisa pois parece que a Vale resolveu, realmente, que Minas Gerais é o cemitério preferido dela. A maioria [dos pacientes] vêm de Carajás, onde está a grande exploração do Brasil e do minério”, disse.


O chefe do executivo municipal ainda cobrou da Vale que ela faça investimentos no Pará, lugar onde explora. “Avisa a Vale que aqui não é cemitério. Se eles tiram dinheiro lá, que invistam lá, no Pará, por que eles têm muito dinheiro. São cento e tantos bilhões de lucro por ano no Brasil. Que tomem suas providências lá”.


Mortes de funcionários

Com o avanço da pandemia no país, a Vale colocou parte dos funcionários, na maioria dos setores administrativos, em regime de trabalho remoto. Uma enorme parcela, entretanto, continua o trabalho nas minas.


Parauapebas registrou pelo menos dois óbitos de funcionários da Vale no último mês. Em 10 de abril, Cidmar Teles, de 42 anos, que trabalhava na Usina de Beneficiamento Serra Norte, no Complexo de Carajás, morreu após ter contraído o coronavírus. Cidimar não possuía comorbidades prévias.


No dia 19 do mesmo mês, morreu Antônio Pereira de Souza, 45, com suspeita de Covid-19. O homem era mecânico e trabalhava na Mina de Manganês da Vale, em Parauapebas.

 
 
 

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