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Polícia Federal e Justiça suspendem mineração ilegal em Nova Lima

  • gabinetedecrisecom
  • 17 de jul. de 2020
  • 2 min de leitura

A decisão é resultado de investigações que apuram extração ilícita, usurpação de bens da União, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica; mineradoras envolvidas respondem por ao menos outros seis crimes na Serra

Área devastada pela mineração ilegal. Imagem: Polícia Federal

A Polícia Federal conseguiu na Justiça a suspensão de atividades de três empresas e bloqueio de bens de oito pessoas ligadas à mineração ilegal entre Nova Lima e Belo Horizonte. A decisão, divulgada nesta quarta-feira (15), é resultado de investigações da Operação Poeira Vermelha que apura extração ilícita, usurpação de bens da União, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.


O inquérito aponta que a retirada da terra era feita pelas empresas Valefort e Mineração Gute Sicht. Já a Fleurs Global ficava responsável por transformar o material rochoso em matéria prima. A Fleurs Global já é conhecida por sistematicamente explorar predatoriamente a região, já tendo sido autuada ao menos seis vezes. O detalhe é que as três pertencem a um mesmo grupo.


O CBH Velhas teve acesso a cinco boletins de ocorrência de autuações realizadas na área, todas elas constatando graves crimes ambientais. Entre eles estão o desmatamento irregular em área de no mínimo 20 hectares de cerrado de mata atlântica e mata de galeria, intervenção em Área de Preservação Permanente, assoreamento de curso d’água, entre outros delitos.


Segundo a Polícia Federal, apenas entre os meses de fevereiro e maio deste ano, o grupo teria retirado do terreno, por dia, 100 caminhões de terra ferruginosa, usada para extrair o minério. O processo aconteceu sem autorização dos órgãos ambientais.


Durante as investigações da Fase Taquaril, iniciadas em maio deste ano, a Polícia Federal constatou prejuízo superior a R$ 40 milhões aos cofres públicos. Com as decisões judiciais da 11ª Vara Federal de Belo Horizonte, foi determinado o bloqueio dos valores mantidos em contas bancárias, aplicações e fundos de previdência das oito pessoas físicas e cinco pessoas jurídicas investigadas, além da suspensão das atividades nos locais em que o minério de ferro era extraído ilegalmente. O limite do bloqueio varia entre cerca de R$ 4,7 milhões e R$ 38,5 milhões.


Sobre o tema, em entrevista ao MG2, da TV Globo, o coordenador-geral do Projeto Manuelzão e do Instituto Guaicuy, Marcus Vinícius Polignano, ressalta as implicações ambientais da mineração ilegal. Ele lembra que o chamado “quadrilátero ferrífero” é também o “quadrilátero aquífero”, pois a área é fundamental para o abastecimento de água da região metropolitana de Belo Horizonte. “Temos que entender que a mineração não pode ser feita em qualquer lugar e a qualquer preço”, frisa Polignano.


Simulação de terraplanagem

Em outra fase da operação, realizada em julho de 2019, agentes da PF apreenderam uma escavadeira de esteira, uma retroescavadeira, cinco caminhões caçamba e duas carretas caçamba em um terreno na cidade de Nova Lima.


Na época, os investigadores já haviam indicado que os suspeitos estariam simulando atividades de terraplenagem em terrenos urbanos para esconder o esquema de extração ilegal de minério.

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