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Familiares de vítimas de Brumadinho cobram justiça em ato virtual

  • gabinetedecrisecom
  • 27 de mai. de 2020
  • 2 min de leitura

Manifestação também cobrou urgência na retomada das buscas dos desaparecidos, interrompidas por causa da pandemia de coronavírus

Ato foi realizado pelo Facebook em função da pandemia. Imagem: Reprodução

Das 272 vítimas do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, 11 ainda estão desaparecidas e a espera e o luto dos familiares já chegam a 487 dias. Passado esse tempo, nenhuma das 16 pessoas indiciadas, entre elas o ex-presidente da Vale Fabio Schvartsman, foi condenada pelos crimes de homicídios dolosos duplamente qualificados, e por diversos crimes ambientais, como destruição de matas, poluição de rios e devastação da fauna.


O ato virtual comandado nesta segunda-feira (25) pela Avabrum, a Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pela tragédia de Brumadinho lembrou tais fatos. Realizada no marco de entrada da cidade, a manifestação reuniu pessoas eleitas para representar os demais integrantes da organização, que evitaram se aglomerar em função da pandemia do novo coronavírus. O evento foi transmitido ao vivo, pelo Facebook.


Fotos e faixas expressam dor, indignação e saudade. Emocionadas, três mulheres fazem uma chamada triste, pelos entes que se foram. Segundo Josiane Melo, uma das dirigentes da Avabrum, o ato reforça o anseio das famílias dos atingidos pela punição dos responsáveis pela catástrofe, que derramou 12,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos em Brumadinho.


A cadeia de ações dos dirigentes da Vale e da consultoria alemã Tüv Süd que provocou o rompimento da barragem é extensa: documentos falsos, relações promíscuas, omissão da verdade ao poder público e à sociedade, laudos forjados acobertando a condição da estrutura.


No mês em que se comemorou o Dia das Mães, as famílias também lembraram aquelas que perderam seus filhos na tragédia. "Dói demais o jeito que vocês foram embora", enfatizava uma grande faixa empunhada pelos manifestantes. "O que nós perdemos é irreparável. Dinheiro nenhum nos restitui. Queremos justiça, punição, e a construção do memorial em honra as vítimas desse crime", afirma Josiane Melo. Ela perdeu a irmã grávida de cinco meses no desastre.


Os participantes também cobram a retomada das buscas pelas 11 pessoas ainda desparecidas sob a lama que devastou a região. O resgate dos corpos foi interrompido pelos bombeiros em 21 de março, após o decreto de Situação de Emergência em Saúde assinado pelo governador Romeu Zema (Novo). O retorno das atividades está marcado para 16 de junho.

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