Coronavírus atrasará reparação pelos rompimentos de barragens da Samarco e Vale
- gabinetedecrisecom
- 15 de mai. de 2020
- 2 min de leitura
Buscas pelas 11 vítimas ainda desaparecidas do rompimento de Brumadinho estão paralizadas; construção das novas moradias para atingidos nos distritos de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira também foram interrompidas

O coronavírus prolongará o luto e a espera de famílias atingidas pelos rompimentos das barragens da Samarco e da Vale, em 2015 e 2019, respectivamente, em Mariana e Brumadinho. As buscas pelas 11 vítimas ainda desaparecidas em Brumadinho e a reconstrução das casas dos distritos Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, pertencentes à Mariana e o distrito de Gesteira, pertencente à Barra Longa, foram paralisadas em função da pandemia. As operações da Vale, contudo, não foram paralisadas e a Samarco afirma que retomará suas atividades em dezembro.
Em Brumadinho, a identificação das 11 pessoas que continuam desaparecidas na lama da Vale fica cada vez mais distante. O Corpo de Bombeiros teve que parar as buscas no local da tragédia, para evitar aglomeração dos agentes. As últimas identificações ocorreram no dia 28 de dezembro de 2019. A Polícia Civil afirmou que ainda é possível reconhecer as vítimas por meio do DNA presente nos ossos durante décadas após a morte.
Não existe previsão para a retomada dos trabalhos. A informação do prolongamento do luto aumenta o sofrimento de quem ainda não pode se despedir de seus familiares. Como relatou Natalia de Oliveira. Ela é irmã de Lecilda, que era funcionária da Vale e ainda não foi encontrada.
Já em Mariana, as obras das novas casas que abrigarão os atingidos pelo crime da Samarco, depois de inúmeros atrasos, deveriam terminar em fevereiro do ano que vem. Mas, os trabalhos estão paralisados. Aproximadamente 400 famílias atingidas aguardarão, no mínimo, cinco ano e três meses para retomarem suas vidas.
Em 2015, Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira foram varridos do mapa pela lama da Samarco. A data para que “as novas Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo” fossem entregues pela Fundação Renova era dia 27 de fevereiro. Já “a nova Gesteira”, não tinha nem mesmo uma data no horizonte.
A justiça definiu o dia 27 de fevereiro de 2020 antes da chegada da pandemia. Agora, tudo pode mudar, as obras tiveram que ser paralisadas por tempo indeterminado, para evitar aglomerações. Assim, a entrega das casas, já postergada outras vezes devido a atrasos, demorará ainda mais.
O vice-presidente da Associação de Moradores de Bento Rodrigues, Mauro da Silva, reivindica que um novo adiamento não ultrapasse o período de paralisação. “Depois eles vêm com desculpa de que tem que reestruturar o canteiro de obras, contratar novos funcionários.... Isso tudo demanda prorrogação do prazo. E a gente entende que é apenas dar sequência no que já está começado”, afirmou o vice-presidente.
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